A diretoria da Cemig prepara mais uma medida que vai atacar a vida profissional do trabalhador. Mensagem do RH encaminhada aos superintendentes e gerentes determina que eles façam uma reavaliação das atividades que geram o pagamento do adicional de periculosidade para os trabalhadores que atuam expostos a risco elétrico.

No documento, é fácil perceber que a empresa pretende reduzir custos. O superintendente Ricardo Diniz afirma ser importante, também, a reavaliação da quantidade de trabalhadores que realizam atividades com exposição ao risco elétrico.  Ele dá toda ênfase à necessidade (da diretoria) de se ter o menor número possível de empregados expostos ao risco elétrico na empresa.

Na avaliação do diretor do Sindieletro-MG, Leonardo Timóteo, a Cemig quer reduzir o número de trabalhadores que recebem o adicional para diminuir os custos operacionais. Dessa forma, acredita o dirigente sindical, a empresa atuará dentro do “Mapa Estratégico”,  aumentando os lucros e distribuição de dividendos para os acionistas.

As gerências estão sendo convocadas para fazer relatórios com fichas anexas preenchidas pelas chefias,  apontando as atividades de risco elétrico que os trabalhadores exercem e detalhando se a exposição é permanente ou temporária. Segundo o superintendente, o eletricitário que se enquadrar, vai receber o adicional. Os que não se enquadrarem, vão perder o direito. Uma comissão de superintendentes de todas as diretorias será formada para a análise das informações.

Ricardo Diniz destaca que,  “o simples fato de o empregado ir a campo,  transitar pelas áreas comuns de usinas e subestações ou passar debaixo de algumas redes ou linhas de transmissão não caracteriza o recebimento do adicional”.

Prejuízos para a segurança

Para o Sindieletro, além de uma medida arbitrária, a retirada do direito vai afetar a segurança dos eletricitários. Haverá menos trabalhadores para supervisionar as atividades terceirizadas e, em conseqüência, mais risco de acidentes de trabalho graves e fatais. O eletricitário do quadro próprio passa anos por treinamento adequado para lidar com as atividades de risco elétrico. É ele que acompanha o trabalho dos terceirizados que, na maioria das vezes, não recebem treinamento adequado.

A Cemig quer, outra vez, passar por cima da legislação e da saúde e segurança para economizar mais dividendos para os acionistas. Estão querendo fazer cortes nos custos operacionais sem levar em consideração que o necessário, hoje na Cemig, é contratar mais trabalhadores para o quadro operacional.

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