Os funcionários das empresas Almaviva do Brasil e Vikstar podem realizar mais uma paralisação na próxima semana. A expectativa é do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Piauí (Sinttel-PI), que afirma não está sentindo “firmeza” por parte dos representantes das empresas em atender às reinvindicações dos empregados. A última manifestão dos trabalhadores aconteceu no dia 20 e reuniu mais de 2 mil colaboradores.

De acordo com a vice-presidente do Sinttel-PI, Fátima Castro, na segunda-feira (30/03), os representantes do sindicato irão se reunir para avaliar as propostas do acordo coletivo de trabalho que será apresentado às empresas. “Para a Vikstar pedimos um salário de mínimo de R$ 800, ticket de alimentação de R$ 6 por dia (para quem trabalha 30 horas semanas), auxílio creche e plano de saúde”, explica a sindicalista.

Na Almaviva do Brasil as reivindicações são quase as mesmas da Vikstar. “A diferença é que na Almaviva também existe a reclamação de funcionários que trabalham no bairro São Pedro, na zona Sul, e estão sendo transferidos para a outra filial da empresa que fica localizada no Dirceu sem nenhuma consulta prévia”, acrescenta Fátima Castro.

FUNCIONÁRIO DENUNCIA SUPOSTO ASSÉDIO MORAL 

Um funcionário da Almaviva do Brasil, que prefere não se identificar, denunciou ao portal O Olhoque os problemas na empresa vão muito além da questão salarial. Segundo o colaborador, o assédio moral dos supervisores da sede Almaviva que vieram de Belo Horizonte (MG) para Teresina é constante. “Fazem ameaças de demissão para aqueles que não cumprem as metas, dividem as pessoas que não batem as metas das que estão vendendo, expõem os nomes dos operadores que não vendem, obrigam os funcionários a fazer ligações para os clientes a partir de 8h:30min da manhã, enquanto a Agência Nacional de Telecomunicação proíbe isso de determina que clientes só podem receber ligações depois das 9h”, conta.

As duas empresas de call center se instalaram em Teresina em  2014. Juntas, elas ofertaram mais de 6 mil vagas de emprego aos teresinenses. Na época da inauguração, o representante Almaviva declarou que escolheu a capital piauiense porque encontrou na cidade “ambiente favorável com boa taxa de escolaridade, alto índice demográfico e compromisso do governo com o desenvolvimento econômico e social da região”. A vinda das empresas para o Estado foi impulsionada após a sanção da Lei  Municipal nº 4.410, aprovada pela Câmara de Vereadores em maio de 2013, que determina o incentivo fiscal para o setor de Call Center.

As seleções de currículos para os funcionários das empresas foram feitas em parceria com a prefeitura de Teresina. A Fundação Wall Ferraz, inclusive, ofertou cursos gratuitos na modalidade Educação à Distância (EAD) nas áreas de Call Center e Operador de Micro. Como resultado da implantação das empresas, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontou Teresina como a capital do Norte e Nordeste que mais gerou empregos em 2014. “Estão abusando da nossa gente, humilhando nosso povo com falsas promessas. Gostam daqui por causa da mão de obra, mas terão que entrar na linha se quiserem continuar nesta cidade”, finaliza o funcionário.

Fonte: Portal oolho

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