Funcionários da empresa de call center AlmavivA realizam protesto nesta manhã (20) em frente à empresa. O motivo alegado pelos manifestantes são as péssimas condições de trabalho.
De acordo com João de Moura Neto, presidente do sindicato da CUT, os empregados estão insatisfeitos com o assédio moral e o fato de a empresa não aceitar maior parte dos atestados médicos e de dificultar o pagamento de horas extras.
A AlmavivA instalou-se em Teresina em fevereiro do ano passado e tem cerca de 4 mil empregados. É uma empresa de call center que terceiriza serviços para as operadoras de telecomunicações.
“O comportamento do empregador que terceiriza o serviço tem sido deplorável porque o volume de empregados de call centers adoecendo é enorme e o volume de demissões por justa causa também é muito grande. A empresa chega ao absurdo de realizar todo o treinamento de trabalhadores sem eles terem registros e carteira assinada. Então se esses trabalhadores sofrerem um acidente, estarão totalmente desprotegidos. Nós procuramos a empresa e ela optou pela negativa. Diz que não existe assédio moral, que não tem desconto indevido, que ela paga tudo em dia”, explica Moura Neto.
O presidente do sindicato diz que a maioria dos empregados da empresa são jovens que ainda não têm pleno conhecimento de seus direitos trabalhistas. Para muitos, é o primeiro emprego. “Alguns estão doentes, apresentam transtornos psicológicos, transtornos na voz, no ouvido, perda auditiva, problemas no trato urinário, com incontinência, cistite (infecção na bexiga), pelo tempo que são obrigados a permanecer na mesma posição e pela empresa não querer liberar os trabalhadores para ir ao banheiro”, denuncia.
Moura Neto ressalta que tantos trabalhodores doentes é uma conta onerosa para a Previdência Social.
“Já existe uma ação civil pública em curso patrocinada pelo Procuradoria do Trabalho. Fomos em primeiro lugar procurar a empresa para negociar uma solução. A empresa se recusou. Ela continuou com a mesma prática. Nós fomos até a Superintendência do Trabalho, realizamos diversas mesas de negociação e a empresa continuou negando aquilo que ela faz. O Ministério Público do Trabalho realizou, então, um procedimento investigativo e chegou à conclusão de que a denúncia do sindicato dos trabalhadores era verdadeira, os fatos foram comprovados e o Ministério Público do Trabalho está promovendo essa ação civil pública que é uma ação trabalhista que visa preservar o respeito a lei”, finalizou.
Confira o vídeo:
Em nota enviada à imprensa ontem (20) à noite a AlmavivA negou as acusações do sindicato e disse que valoriza a a integridade e bem-estar de seus funcionários. Confira a nota na íntegra:
A AlmavivA do Brasil esclarece que valoriza a integridade e bem-estar de seus colaboradores, segue estritamente a legislação trabalhista e não admite comportamentos tidos como impróprios dos gestores. A empresa informa que os pagamentos e os benefícios estão em dia e que o acordo com o sindicato regional ainda está em negociação. A companhia ainda reforça que mantém o diálogo aberto e contínuo com seus colaboradores e oferece a seus profissionais um canal de ouvidoria interna e permanente, com garantia de sigilo e confidencialidade, para registrarem críticas, elogios e sugestões em relação a procedimentos internos e atitudes inadequadas.
Fonte: Portal Vooz