Enquanto o serviço está cada vez pior e as empresas reivindicam investimentos públicos para assegurar seus investimentos, acumulam a bagatela abaixo. Não querem reduzir seus lucros e ainda por cima exigem que o poder público pague o prejuízos que as suas negligências causaram ao sistema de telefonia do país.

O mercado de serviços de telecomunicações deve faturar R$ 180 bilhões no Brasil neste ano, desempenho 8% superior ao registrado em 2011. De acordo com dados da IDC, a América Latina deve faturar US$ 200 bilhões em igual período, com o mesmo percentual de crescimento. A cifra inclui a receita obtida com serviços de voz, dados fixos e móveis e terminais TDM e IP.

“O Brasil hoje representa de 40% a 45% do mercado latino-americano. Com isso, qualquer acontecimento no País é capaz de afetar a região como um todo”, explica o gerente de pesquisas da área de telecom da IDC, Diego Anesini. Segundo projeção da consultoria, em 2015 a América Latina responderá por US$ 240 bilhões de faturamento, o que representará um crescimento acumulado de 40%.

No mercado brasileiro, a receita das operadoras com serviços de voz e dados móveis representarão aproximadamente metade do resultado, ou seja, cerca de R$ 90 bilhões. E, segundo a IDC, o país segue ganhando participação, com taxas de crescimento de 12% ao ano. Para suportar essa expansão, a consultoria prevê que as operadoras devem investir quantias consideráveis em equipamentos de rede – grandes roteadores, switches, tecnologias wireless LAN e telefonia IP.

A projeção da IDC é que a receita do segmento de equipamentos de rede atinja US$ 1,16 bilhão neste ano, o que, se confirmado, representará uma crescimento de 8% na comparação com o total de US$ 1,05 bilhão registrado no ano passado. “Apenas o setor de roteadores de grande porte, para suportar a expansão do backbone das teles, tem alta estimada em 14,5% neste ano. Quando olhamos esses dados, vemos que o mercado está sofrendo um pouco com a crise econômica mundial, pois o índice é tão alto que eleva o mercado como um todo”, explica o analista de telecomunicações da IDC João Paulo Bruder.

A consultoria avalia que o segmento de voz e dados fixos vive um período de estabilidade. Bruder pontua, contudo, que existe uma forte demanda por serviços móveis no país. “O que acontece é que as empresas mudam o foco, de dados e voz fixos para móvel. Como a demanda existe, esse cenário é perfeito – o investimento em infraestrutura acompanha a demanda dos consumidores”, esclarece.

A Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, segundo Bruder, já estão impulsionando os investimentos. A exigência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre plano de metas de suporte das operadoras também contribui para a evolução do setor.

Banda larga e celulares

Segundo a IDC, o ano deve terminar com 7 milhões de conexões de banda larga móvel (modems 3G), um crescimento de 25% em relação a 2011, mantendo a média registrada nos últimos anos no Brasil. Já a banda larga fixa terá 19 milhões de dispositivos ativos, alta anual de 20%.

Já em relação aos celulares são estimados 280 milhões de linhas em serviço em dezembro deste ano, 1,28 aparelho por habitante, sendo 80% pré-pagos. “Apesar de vermos uma melhora nas vendas de pós-pagos, essa proporção deve se manter”, prevê Bruder. A tendência de venda de serviços relacionados, como banda larga e telefonia fixa, também se manterá.

 

 

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