As novas tecnologias, principalmente a Indústria 4.0,  mantêm o ritmo acelerado de produção continuando a promover LER/DORT

A LER/DORT continua sendo um dos graves problemas de saúde do trabalhador no Brasil e no mundo, principalmente em tempos de pandemia. Quem está de home office sofre com a falta de ergonomia, cadeira e mesa inadequadas, horas e horas na mesma postura… E nas fábricas, em muitas atividades econômicas, caso do setor farmacêutico, de embalagens plásticas para alimentos e medicamentos em geral, o ritmo acelerado da produção leva os trabalhadores e trabalhadoras a lesão por esforço repetitivo.

Recordamos que as vendas no setor farmacêutico, de plásticos de embalagens tem crescido muito e batido recordes na produção em tempos de crise sanitária, segundo dados da Subseção do Dieese da Fetquim/CNQ/CUT.

Tudo isso impacta na saúde dos trabalhadores, e esse impacto está aliado aos riscos dos acidentes por trauma, cortes, além de movimentos repetitivos e esforços demasiados no serviço braçal , por exemplo, afetando com muita dor mãos, braços, pernas e coluna (e que está em segundo lugar na acidentalidade hoje no Brasil). Em terceiro lugar vem os afastamentos por transtornos e sofrimentos mentais , principalmente  depressão, medo da pandemia, estresse, que são agravados quando estão associados aos problemas de LER/DORT.  

Um número que preocupa, segundo a assessoria de saúde e Previdencia da Fetquim, é o número elevado da cobrança do seguro acidente de Trabalho, no setor plástico,  que vai de 3 a 6%, do Fator Acidentário de Prevenção ( FAP) devido o dobro da gravidade e número de acidentes por empresa.

No Brasil essa elevada cobrança do FAP atinge 1.938 empresas do setor plástico, sendo que metade delas estão no Estado de São Paulo, e a indústria de embalagens têm um peso preponderante nisso. Os números de acidentes típicos (contusões, cortes) e LER DORT tem um peso significativo neste cálculo de cobrança do FAP. No caso de acidentalidade normal essa cobrança deveria ser no máximo de 3% e está em dobro em centenas de empresas.

Para Airton Cano, coordenador da Fetquim-CUT, “as campanhas de prevenção neste tempo de crise sanitária deverão sempre ser ampliadas com formação `contínua dos trabalhadores, e as reuniões da CIPA via meios eletrônicos devem continuar nas empresas”.

“Continuamos a ter ainda uma forte cobrança do Seguro Acidente, via Fator Acidentário de Prevenção (FAP), por causa dos acidentes típicos como contusões e de Ler DORT no setor plástico. Até o momento, a patronal química, não tem renovado o acordo de prevenção das injetoras do setor plástico. Portanto, nossa mobilização e denúncias devem continuar!”, diz ele.

Para  André Alves, secretário de Saúde da Fetquim, “nossa atenção deve estar dirigida para o setor de embalagens, pois a principal causa da LER/DORT decorre a pressão existente na produção”. “Vários trabalhadores estão sofrendo dores intensas devido esse ritmo intenso de produção nestas empresas. E aí os serviços de saúde das empresas entulham os trabalhadores com remédios para dor, quando deveriam ter fisioterapia, afastamento preventivo e diminuir o ritmo de produção e contratação de novos trabalhadores. Infelizmente trabalhadores são afastados com dor intensa sem que as empresas façam a Comunicação de Acidentes do Trabalho (CAT), e o trabalhador fica na fila do INSS sem direito aos benefícios acidentários.  

As novas tecnologias, principalmente a Indústria 4.0,  mantêm o ritmo acelerado de produção continuando a promover LER/DORT.  Importante que os trabalhadores busquem informações junto ao Sindicato e os Diretores para receber orientações e cobrar ações preventivas das empresas.  É fundamental que tenhamos mecanismos de defesa que diminuam esse ritmo infernal e diminua o trabalho braçal provocador de LER/DORT.!”

Fonte: CUT

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