Os ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Aloizio Mercadante (Educação) estão discutindo um plano para impulsionar a inclusão digital nas escolas e melhorar a infraestrutura de banda larga para outras instalações, como universidades, institutos federais e nos 73 hospitais universitários para incremento da telemedicina. O primeiro encontro aconteceu nesta quarta-feira (8) e nova reunião está marcada para depois de 20 dias para que equipes técnicas apresentem propostas. “A ideia é resolver a questão da banda larga na educação de uma maneira geral e vamos começar com a coordenação das diversas iniciativas do governo nesta área”, disse Bernardo, ao final da reunião.
Segundo o ministro das Comunicações é preciso evitar duplicidade de ações para otimizar custos. Ele citou como exemplo os hospitais universitários, que recebem investimentos do Ministério da Saúde, para melhorar o atendimento, e do Mec, para melhorar o ensino. “São coisas que se conectam, assim como a iniciativa da Saúde em conectar todos os postos de atendimento e da Educação em melhorar a internet nas escolas e, muitas vezes, eles estão lado a lado, na mesma rua e se o governo não coordenar essas ações nós corremos o risco de fazer dois contratos com uma empresa para receber pelos dois serviços ou, o que é mais incoerente, contratar empresas diferentes “, disse.
Para Bernardo, a intenção é dimensionar uma infraestrutura única para atender as duas necessidades, de forma mais eficaz e com investimentos menores. Para esse trabalho serão levadas em conta as ações do Gesac, do Plano Nacional de Banda Larga da Telebras, da infraestrutura de alta capacidade da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e até do programa Banda Larga nas Escolas, bancado pelas teles.
Segundo o ministro, ainda não há definições de investimentos para essa iniciativa, com exceção das aplicações na ampliação da rede de alta capacidade da RNP de R$ 200 milhões anuais, para conectar grandes e pequenas universidades. Além disso, afirma que há uma perspectiva de economia significativa com o uso de sistemas de TI comuns para as unidades. “A verdade é a seguinte, o governo quer fazer uma grande revolução na área da educação e, para isso ter comunicação, ter tecnologia da informação é absolutamente imprescindível”, afirmou.
Bernardo defende que a nova infraestrutura seja dimensionada para atender a demanda dos próximos cinco a oito anos e que a capacidade destinada a cada unidade seja compatível com a necessidade delas, ao invés de simplesmente aumentar a velocidade de 2 Mbps para 10 Mbps das escolas, como pretendia Mercadante. “Uma escola com 500 alunos pode ser que precise de 40 Mega e uma escola com dois mil alunos pode precisar de 150 Mega, então é preciso fazer cálculos para escalonar as diferentes demandas”, disse.
O ministro disse também que a infraestrutura planejada deve ser suficiente para atender a evolução das tecnologias, como o uso de livros didáticos só por tablets, como já é feito hoje em muitas escolas particulares.
Os grupos técnicos começarão a se reunir imediatamente para definir os objetivos e metas, que devem levar em conta, por exemplo, a transmissão de cirurgias em imagens de altíssima definição pelos hospitais universitários para diferentes centros médicos em todo o mundo, como a já testada pela RNP em 4K. Além disso, é preciso que haja redes redundantes para evitar interrupções nas transmissões.
Gesac
Durante o encontro, os ministros também falaram da adesão do Mec ao Gesac, ampliado recentemente e que já irá atender a 12 mil postos de saúde. A ideia é de que esse serviço também atenda a escolas rurais.
Participaram da reunião o presidente da Anatel, João Rezende, o secretário-executivo do MiniCom, Genildo Lins, e o secretário de Telecomunicações, Maxmiliano Martinhão.