Os sindicatos de trabalhadores da Oi, em oito Estados do país, liderados pela Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações (FITTEL), ingressaram com ações na Justiça contra a operadora, a fim de garantir aos trabalhadores desses Estados o recebimento da sua parcela de Participação nos Lucros e Resultados da empresa (PPR), referente ao ano de 2012.
Os trabalhadores não aceitam a decisão da empresa de não pagar a PPR, mesmo depois de ter tido um Lucro Líquido de 1,7 bilhões de reais no ano passado, e distribuído cerca de 380 milhões de Euros em dividendos aos acionistas.
Os sindicatos denunciam a “quebra de contrato” e um verdadeiro “calote” da empresa, perpetrado através da manipulação dos indicadores e metas, com o intuito de zerar a Participação nos Lucros. Os sindicatos pedem na Justiça, que a empresa apresente seus números e a forma de cálculo dos indicadores e metas, a fim de que esses números possam ser analisados por assessorias jurídicas e contábeis próprias, além de especialistas de mercado, para verificar sua procedência e validade.
Os trabalhadores consideram estranho, no mínimo, o sumiço de sua parcela de PPR. No final do terceiro trimestre de 2012, a empresa publicou em sua rede interna que, até aquele momento, os trabalhadores tinham direito a uma PPR no valor de 3,7 salários para cada trabalhador. Apesar dos resultados do quarto trimestre terem sido superiores aos resultados de todos os trimestres anteriores, a Participação nos Lucros passou de 3,7 salários para Zero.
Sendo assim, os trabalhadores denunciam a adoção de critérios e indicadores complexos para o cálculo da PPR, que dificultam a compreensão dos trabalhadores e facilitam sua manipulação, especialmente o chamado EVA, Valor Econômico Adicionado. Além do ingresso com ações na Justiça em oito estados, a Fittel alerta para o aprofundamento do conflito com a empresa e não descarta a possibilidade de greve dos trabalhadores, em um futuro próximo.